Josemaría intuiu que Deus queria algo dele; embora não soubesse do que se tratava

No próximo dia 25 de junho, segunda-feira, às 19h30, na Paróquia São Judas Tadeu, em Icaraí, será celebrada Missa, em homenagem ao Fundador do Opus Dei, São Josemaría Escrivá.

Em 6 de outubro de 2002, mais de 400.000 pessoas assistiram, na Praça de São Pedro, à canonização do santo. Na homilia, São João Paulo II destacou que o novo santo “compreendeu, claramente, que a missão dos batizados consiste em elevar a Cruz de Cristo acima de todas as realidades humanas, e sentiu surgir no seu interior a apaixonante chamada para evangelizar, em todos os ambientes”.

O Opus Dei (Obra de Deus, em latim) é uma instituição hierárquica da Igreja Católica, uma prelazia pessoal, cuja finalidade é contribuir para a missão evangelizadora da Igreja. Concretamente, pretende difundir uma profunda tomada de consciência da chamada universal à santidade e do valor santificador do trabalho cotidiano. O Opus Dei foi fundado por São Josemaría Escrivá em 2 de outubro de 1928.

História de São Josemaría Escrivá

Nasceu em 1902, em Barbastro, Espanha, o segundo de seis irmãos. Aprendeu, de seus pais e na escola, os fundamentos da fé, e desde pequeno viveu costumes cristãos, como a confissão e a comunhão frequentes, a recitação do terço e a esmola. A morte de três irmãs pequenas e a ruína econômica da família fizeram-no experimentar, muito cedo, o sofrimento e a dor, experiência que temperou o seu caráter, naturalmente alegre e expansivo, e o fez amadurecer. Em 1915, a família se mudou para Logronho, onde seu pai conseguira um novo trabalho.

Em 1918, Josemaría intuiu que Deus queria algo dele; embora não soubesse do que se tratava, decidiu entregar-se completamente a Deus, fazendo-se sacerdote. Deste modo, pensava que estaria mais disponível para cumprir a vontade divina. Começou  seus estudos eclesiásticos em Logronho e, em 1920,  prosseguiu-os no seminário diocesano de Saragoça, em cuja Universidade Pontifícia completou sua formação prévia ao sacerdócio. Em Saragoça, fez também, por sugestão do seu pai e com a permissão dos superiores, o curso de Direito. Em 1925, recebeu o sacramento da Ordem e começou a desenvolver o ministério pastoral, com o qual, a partir de então, identificou a sua existência. Já sacerdote, continuou à espera da luz definitiva sobre o que Deus queria dele.

Em 1927, mudou-se para Madri, a fim de obter o doutorado em Direito. Acompanharam-no a mãe, a irmã e o irmão, pois desde o falecimento do pai, em 1924, Josemaría era o chefe da família. Na capital da Espanha, desenvolveu um intenso serviço sacerdotal, principalmente entre os pobres, doentes e crianças. Ao mesmo tempo, sustentava-se e mantinha a família, dando aulas de Direito.

Foram tempos de grande aperto econômico, vividos por toda a família, com dignidade e bom humor. Seu apostolado sacerdotal estendeu-se, também, a jovens estudantes, artistas, operários e intelectuais que, em contato com os pobres e doentes atendidos por ele, iam aprendendo a praticar a caridade e a se comprometerem com o sentido cristão na melhora da sociedade.

Em 2 de outubro de 1928, durante um retiro espiritual, em Madri, Deus fez com que visse a missão à qual o havia destinado, e nesse dia, nasceu o Opus Dei. A missão específica do Opus Dei é promover, entre homens e mulheres de todos os âmbitos da sociedade, um compromisso pessoal, de seguir Cristo, amar a Deus e ao próximo, e procurar a santidade, na vida cotidiana. Desde 1928, Josemaría Escrivá se entregou de corpo e alma ao cumprimento da missão fundacional que recebera, ainda que não se considerasse, por isso, um inovador ou um reformador, pois estava convencido de que Jesus Cristo é a eterna novidade e de que o Espírito Santo rejuvenesce, continuamente, a Igreja, a cujo serviço Deus suscitou o Opus Dei. Em 1930, como consequência de uma nova luz que Deus acendeu em sua alma, iniciou o trabalho apostólico do Opus Dei, entre as mulheres. Josemaría Escrivá colocará sempre a mulher, como cidadã e como cristã, frente à sua pessoal responsabilidade, nem maior nem menor que a do homem, na construção da sociedade civil e da Igreja.

Em 1934, publicou, com o título provisório de Considerações espirituais, a primeira edição de Caminho,  sua obra mais difundida, da qual já foram editados mais de quatro milhões de exemplares. Na literatura espiritual, Josemaría Escrivá também é conhecido por outros títulos, como Santo RosárioÉ Cristo que passaAmigos de DeusVia SacraSulco e Forja. A guerra civil espanhola (19361939) representou um sério obstáculo para a incipiente fundação. Foram anos de sofrimento para a Igreja, marcados, em muitos casos, pela perseguição religiosa, da qual o fundador do Opus Dei só conseguiu sair incólume depois de muito sofrimento.

Em 1943, por uma nova graça fundacional que recebeu, durante a celebração da Missa, nasceu a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, na qual se incardinam os sacerdotes que procedem dos fiéis leigos do Opus Dei. O fato de os fiéis leigos e os sacerdotes pertencerem, plenamente, ao Opus Dei, assim como a cooperação orgânica de uns com os outros, nos seus apostolados, é um traço próprio do carisma fundacional do Opus Dei, que a Igreja confirmou, ao determinar  sua específica configuração jurídica. A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz desenvolve também, em plena sintonia com os Pastores das Igrejas locais, atividades de formação espiritual para sacerdotes diocesanos e candidatos ao sacerdócio. Os sacerdotes diocesanos também podem fazer parte da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, sem deixar de pertencer ao clero de suas respectivas dioceses.

Consciente de que sua missão tem fundamento e alcance universais, Josemaría Escrivá se transferiu para Roma, em 1946, assim que acabou a 2ª guerra mundial. Entre esse ano e 1950, o Opus Dei recebeu várias aprovações pontifícias, com as quais foram corroborados seus elementos fundacionais específicos: sua finalidade sobrenatural, concretizada em difundir a mensagem cristã da santificação da vida cotidiana; missão de serviço ao Romano Pontífice, à Igreja universal e às Igrejas locais; caráter universal; secularidade; respeito à liberdade e à responsabilidade pessoais, e o pluralismo em temas políticos, sociais, culturais, etc. De Roma, por impulso direto do fundador, o Opus Dei foi-se estendendo, paulatinamente, para trinta países, dos cinco continentes, entre 1946 e 1975.

A partir de 1948, pessoas casadas que procuram a santidade em seu próprio estado de vida podem pertencer ao Opus Dei, a pleno título. Em 1950, a Santa Sé aprovou também, que fossem admitidos como cooperadores e ajudassem, nos trabalhos apostólicos do Opus Dei, homens e mulheres não católicos e não cristãos, ortodoxos, luteranos, judeus, muçulmanos, etc.

Na década de 50, Josemaría Escrivá estimulou o início de projetos muito variados: escolas de formação profissional, centros de capacitação para camponeses, universidades, colégios, hospitais e ambulatórios médicos. Estas atividades, frutos da iniciativa de fiéis cristãos comuns, que desejam atender, com mentalidade laical e com sentido profissional, às necessidades concretas de um determinado lugar, estão abertas a pessoas de todas as raças, religiões e condições sociais; a clara identidade cristã das iniciativas promovidas pelos fiéis do Opus Dei, com efeito, se compagina com um profundo respeito à liberdade das consciências.

Durante o Concílio Vaticano II (1962-1965), o fundador do Opus Dei manteve uma relação intensa e constante com numerosos Padres conciliares. Alguns dos temas que formam o núcleo do magistério conciliar foram frequente objeto de suas conversas, como por exemplo, a doutrina sobre a chamada universal à santidade, ou sobre a função dos leigos na missão da Igreja. Profundamente identificado com a doutrina do Vaticano II, Josemaría Escrivá promoverá, diligentemente, que ela seja levada à prática, através das atividades formativas do Opus Dei, em todo o mundo.

Entre 1970 e 1975, seu empenho evangelizador levou-o a empreender viagens de catequese pela Europa e pela América. Teve numerosas reuniões de formação, de estilo simples e familiar, mesmo quando estavam presentes milhares de pessoas, nas quais falava de Deus, dos sacramentos, das devoções cristãs, da santificação do trabalho, com o mesmo vigor espiritual e capacidade de comunicação dos seus primeiros anos de sacerdócio.

Faleceu em Roma, no dia 26 de junho de 1975. Choraram sua morte milhares de pessoas que se aproximaram de Cristo e da Igreja, graças ao seu trabalho sacerdotal, ao seu exemplo e aos seus escritos. Um grande número de fiéis recorreu à sua intercessão desde esse dia, e pediu  sua elevação aos altares.

Em 6 de outubro de 2002, mais de 400.000 pessoas assistiram, na Praça de São Pedro, à canonização de Josemaría Escrivá.

O Papa animou os peregrinos, vindos dos cinco continentes, a seguir os seus passos. “Difundam na sociedade, sem distinção de raça, classe, cultura ou idade, a consciência de que todos somos chamados à santidade. Esforcem-se por ser santos, vocês mesmos, em primeiro lugar, cultivando um estilo evangélico de humildade e espírito de serviço, de abandono à Providência e de permanente escuta da voz do Espírito”.

Mais informação: http://www.josemariaescriva.info/.

Por João Dias 
Foto: Divulgação
Fonte: http://opusdei.org/pt-br/

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