Representantes das paróquias, movimentos, comunidades e sacerdotes, participaram no dia 18 de março, na Paróquia da Santíssima Trindade, da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, cujo tema foi “Pastoral de Conjunto”.
O Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, fez a abertura da assembleia, em que estiveram presentes representantes de paróquias e sacerdotes.
Confira o vídeo do Vicariato Lagos mostrando o resultado de Pastoral de Conjunto.
Pastoral de Conjunto
A Pastoral de Conjunto não é uma nova pastoral a ser implantada na Igreja, nem uma Pastoral específica, alinhada às outras pastorais. Nasceu no Concílio Vaticano II, a partir da compreensão de que a Igreja é uma rede de comunidades de irmãos e irmãs, cuja ação pastoral se dá de forma global, orgânica e articulada. Trata-se de uma mentalidade, um espírito que norteia a ação evangelizadora das dioceses. Devemos entendê-la como um esforço de aglutinação e articulação de metas e princípios, na ação evangelizadora. À Pastoral de Conjunto, cabe a tarefa de promover a unidade na Igreja, e estabelecer o alicerce da estrutura pastoral calcada numa espiritualidade de comunhão. Em Puebla, em 1979, o episcopado latino-americano assim a definiu: Ação global, orgânica e articulada, que a comunidade eclesial realiza sob a direção do bispo, destinada a levar as pessoas e todos os membros à plena comunhão de vida com Deus.
conjunto2A Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, realizada em Indaiatuba (SP), de 30 de abril a 9 de maio de 2003, aprovou as diretrizes para o triênio 2003-2006, assim resumidas: Evangelizar, proclamando a boa nova de Jesus Cristo, caminho para a santidade, por meio do serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão, à luz da evangélica opção pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, formando o povo de Deus e participando da construção de uma sociedade justa e solidária, a caminho do Reino definitivo.
O objetivo da Pastoral de Conjunto não é padronizar as pastorais nem desfigurar a variedade dos dons, carismas e serviços presentes nas comunidades. A busca da unidade não abafa a criatividade nem a ação do Espírito Santo. Cada grupo ou movimento eclesial, com sua espiritualidade e objetivos específicos, coloca-se em sintonia com as metas que a Igreja, como um todo, deseja alcançar.
Assim se configura a espinha dorsal, na qual, fraternalmente, se equilibram os membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja, dispostos a caminhar numa perspectiva da pastoral orgânica: aposta-se na eficácia dos Conselhos de Pastorais como instrumento articulador da evangelização; estudam-se e aplicam-se os planos pastorais das dioceses; renuncia-se às interpretações pessoais, do subjetivismo e do espontaneísmo; abandona-se o espírito de “grupismo”, as pastorais isoladas entram numa salutar crise de identidade, que as reconduz ao núcleo de uma ação missionária, pautada pela sociedade e pela ajuda mútua; desmontam-se os esquemas internos de competição e concorrência pastorais. O estabelecimento de metas comuns na evangelização, aplicadas com criatividade, senso de comunhão e pertença à Igreja, pode concretizar o ideal da “unidade na diversidade”. As diferenças de leitura e interpretação, necessárias à contextualização dos planos nas distintas realidades, nas quais estamos inseridos, são insignificantes diante da fé comum que professamos.
“Pastoral de Conjunto” ou “Pastoral Orgânica” são apenas nomes que damos ao esforço de evangelizar em mutirão: leigos, leigas, religiosos, religiosas e a hierarquia, em comunhão orgânica e missionária, a serviço da vida e da justiça.
Por: João Dias com informações da CNBB