capela sao benedito

A Igreja de São Benedito está localizada no largo do mesmo nome, no bairro da Passagem.

Através da provisão de 9 de abril de 1761, o morador de Cabo Frio, João Botelho da Ponte, foi autorizado a construir a Igreja e doou o patrimônio de uma "morada de casas e os foros de outras que se fizeram em terreno pertencente a mesma capela" para sua conservação.

Falecido o fundador, os moradores do bairro tomaram para si a administração do templo, onde faziam celebrar o Santo Ofício nos dias de preceito.

Atenção: Por motivos de resforma, todas as atividades foram suspensas.

 

Endereço:

  • Largo de São Benedito, s/n - Passagem - Cabo Frio - RJ

Havia muito tempo que a comunidade católica de Cabo Frio sonhava em poder erguer um novo templo, uma vez que a bela e tricentenária Igreja Matriz já não comportava tão grande número de fiéis.

Incentivados pelo então pároco de Nossa Senhora da Assunção, o Padre João Luis Franco Assumpção, os paroquianos começaram a se mobilizar para ver realizado o sonho da construção da Igreja Matriz Auxiliar.

Para isso, no dia 25 de novembro de 1998, reunido no Salão Paroquial sob a direção do pároco, o Conselho de Administração e Economia lançou a “Campanha dos 1000 padrinhos”, que iria alavancar a construção.

O lançamento da Pedra Fundamental aconteceu no mesmo ano, no dia 9 de dezembro, data em que toda a paróquia se reunia para o Tríduo festivo em preparação à ordenação sacerdotal de dois filhos da terra: os gêmeos Wallace e Wellington, que mais tarde se tornariam sacerdotes da nossa Arquidiocese.

O arcebispo da época, Dom Carlos Alberto Navarro, presidiu a Missa, que foi concelebrada pelo pároco e por vários sacerdotes da região, no terreno determinado para a construção, ao lado da Casa Paroquial, chamado “Campo da Cruzada”.

Seguindo às orientações do Padre João Luis, foi preparada uma caixa com os documentos da época, para ser colocada abaixo da Pedra Fundamental: jornais, moedas, primeiros padrinhos inscritos, ata comemorativa ao lançamento do evento, assinada pelas autoridades eclesiais e civis que se faziam presentes. A planta da nova igreja também fez parte dos documentos e foi assinada pelo jovem arquiteto Gustavo Rosa de Andrade, filho de família cabo-friense, indicado pelo pároco e pelos conselheiros para ser o autor do projeto. Também foi anexada uma relação como nome dos que faziam parte do Conselho de Administração e Economia e que iriam ajudar ao Corpo Técnico, na administração da obra: Conselheiros: Alcir Francisconi, Juarez de Paula Soares, Adelício José dos Santos, Jorge Luis, Cilésio Luis Coelho, Elzinha Santa Rosa Bernardo. Corpo Técnico: arquiteto Gustavo Rosa e os engenheiros Marcos Tavares, Paulo e Cristiana Aurenção e José Deguchi.

Em 1990, o canteiro de Obra foi montado e as paredes começavam a subir, impulsionadas pela força de vontade dos paroquianos e dos turistas que, maravilhados como projeto, também aderiram a essa grande causa. A “Campanha dos 1000 padrinhos” se tornava uma realidade. Depois, outras campanhas foram surgindo: campanha do ferro, do cimento, do tijolo e muitas outras iam surgindo.

Em 2000, os paroquianos entraram no novo templo. A primeira Missa foi presidida pelo padre João Luis e cantada pelo grupo Santa Cecília. A paróquia não parava de trabalhar. “Festas da Padroeira”, de “Corpus Christi”, “Almoços de confraternização”, “Chá com o Padre”, “Ação entre Amigos”, a criação da “Cantina Mãe Rainha” e muitas outras iniciativas foram realizadas como mesmo objetivo: angariar fundos para a construção.

Em 2001, no dia 16 de setembro, o Padre João Luis presidiu sua última Missa como pároco da Nossa Senhora da Assunção. Ao final da celebração, o documento de transferência foi assinado pelos dois sacerdotes: Padre João Luis, transferido para a paróquia de N. Sra. das Dores, no Ingá, em Niterói, e Padre José Júlio, novo pároco de N. Sra. da Assunção. Alguns dias antes de sua ida, o Padre João Luis fez sua última campanha: das cadeiras. Cada paroquiano comprou a sua, que custou sete reais. Foram mil cadeiras de ferro.

Em 2002, foi implementada a Campanha do forro. Feito de madeira nobre, ipê tabaco, tipo exportação. E outras campanhas: das esquadrias, das vidraças, das luminárias e outras sugestões vindas da comunidade. Mais uma grande etapa precisava ser vencida: a compra do piso, granito laranjeira.

Em 2003: Na Festa de Corpus Christi, após a Missa da manhã, os paroquianos receberam a notícia de que a quantia referente à compra do piso seria doada por um grupo de empresários da cidade, articulado pelo então prefeito, Sr. Alair Corrêa. O piso foi colocado no mesmo ano.

Em 2004, foi iniciada uma campanha para a compra dos umidificadores. Os bancos da Capela do Santíssimo foram doados por um irmão turista, Sr. Jóssio, que todos os meses nos visitava sendo devoto de N.Sra. da Assunção.

Em 2005, as cadeiras de ferro foram trocadas pelos 200 bancos, também em ipê, para compor toda a Igreja. Na semana da Festa da Padroeira do ano seguinte, chegou a primeira remessa dos novos bancos, que eram colocados à medida que ficavam prontos. E muitas famílias se cotizavam e ofereceram ao Senhor seus presentes. Mas a comundade ainda tinha o desafio de construir o Painel que iria compor o presbitério, com o tema “A Assunção de Maria”. A obra seria encomendada ao arquiteto e artista plástico Cláudio Pastro, considerado como um marco e uma referência para a arte sacra atual no Brasil e conhecido internacionalmente por seus belos trabalhos.

No mesmo ano, o prefeito eleito, Dr. Marcos da Rocha Mendes, em seu primeiro encontro com a comunidade católica de Cabo Frio, elogiou a beleza do novo templo e presenteou a comunidade com o painel da “Assunção de Maria”.

Em 2007, foi preparado o presbitério com todo o mobiliário, inclusive o Altar, também de autoria do arquiteto Gustavo Rosa. Em 2008, foi feita a pintura.

Já completamente pronta e recebendo os fieis, a Igreja Matriz Auxiliar foi dedicada no dia 26 de agosto de 2008.

 

Simbologia do Painel

painel matriz auxiliar

O painel da Nova Igreja Matriz é uma obra do artista plástico Cláudio Pastro, feita de vidrotil e inspirada na carta do Apocalipse 12.

"Um grande sinal apareceu no céu, uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo de seus pés e na cabeça uma coroa de 12 estrelas".

No alto, a mão de Deus Pai; o Cordeiro Pascal, Jesus; e a Pomba, que representa Seu Espírito nos indicam a presença, neste local, de Deus de Amor, convidando-nos a participar do seu mistério: a sua vida, a Trindade, a Comunhão;Cristo, novo Adão, o esposo, coroa a Virgem, a nova Eva, imagem da Igreja;Um losango corresponde a “Jerusalém Celeste” que desce também neste local;As árvores correspondem ao “Paraíso”, aberto pelo Mistério Pascal de Cristo que desce também neste local; Os “Rios de Água Viva” que saem do trono do Cordeiro, fertilizando os quatro cantos da terra. Nessas águas, 12 peixes que indicam a plenitude, os 12 Apóstolos, correspondem aos cristãos, Igreja Apostólica Universal;As Palmas, flores e folhas representam os “Santos Celestes e Terrestres” que louvam o Senhor dia e noite.

 

Videos da Dedicação

Video da Dedicação da Nova Igreja Matriz

O que é a dedicação da Igreja, por Dom Roberto

 

A Padroeira

No dia 15 de agosto, solenemente, celebramos o fato ocorrido na vida de Maria de Nazaré, proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pois tem tudo a ver com o mistério da nossa salvação. Assim definiu pelo Papa Pio XII em 1950 através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus: "A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial."

Antes, esta celebração, tanto para a Igreja do Oriente como para o Ocidente, chamava-se "Dormição", porque foi sonho de amor. Até que se chegou ao de "Assunção de Nossa Senhora ao Céu", isto significa que o Senhor reconheceu e recompensou com antecipada glorificação todos os méritos da Mãe, principalmente alcançados em meio às aceitações e oferecimentos das dores.

Maria contava com 50 anos quando Jesus subiu ao Céu. Tinha sofrido muito: as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro do Egito, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público de Jesus, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho e, embora tanto sofrimento, São Bernardo e São Francisco de Sales é quem nos aponta o amor pelo Filho que havia partido como motivo de sua morte.

É muito provável, e hoje bastante comum, a crença de a Santíssima Virgem ter morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição de Herodes Agripa, no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade.

A tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrara os mistérios da Eucaristia e, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos.

Esta é a fé universal na Igreja desde tempos remotíssimos. A Virgem Maria ressuscitou, como Jesus, pois sua alma imortal uniu-se ao corpo antes da corrupção tocar naquela carne virginal, que nunca tinha experimentado o pecado. Ressuscitou, mas não ficou na terra e sim imediatamente foi levantada ou tomada pelos anjos e colocada no palácio real da glória. Não subiu ao Céu, como fez Jesus, com a sua própria virtude e poder, mas foi erguida por graça e privilégio, que Deus lhe concedeu como a Virgem antes do parto, no parto e depois do parto, como a Mãe de Deus.

Fonte:www.cancaonova.com

Hino à Padroeira Nossa Senhora da Assunção

Autores:
Antônio da Cunha Azevedo
e José Moreira Loyola

Virgem Senhora d'Assunção,
refúgio dos pecadores,
do alto trono em que estais
ouvi os nossos clamores.

Vós sois a nossa advogada
neste vale que habitamos.
Mandai-nos dos céus as graças
que humildes suplicamos.

Rainha Excelsa dos Anjos
e do homem escudo forte.
Atendei-nos compassiva
na fatal hora da morte.

 

Da Paróquia de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio, não se conhece a data de sua criação canônica. É, porém, certo que tenha surgido com o aldeamento que Constantino Menelau realizou em terras da Capitania de São Tomé, descobertas, em 1503, por Américo Vespúcio, habitadas por índios Tamoyos, logo após ter expulsado os franceses, holandeses e ingleses que invadiam as costas do sul do Brasil, pelos negócios de pau Brasil, estabelecendo ali, a 13 de novembro de 1615, os alicerces da povoação que ele denominou de ‘Santa Helena”, e é hoje Cabo Frio.

Naquela mesma data, iniciava ele a construção de uma igreja, destinada a ser Matriz sob o patrocínio de Santa Helena, cujo orago o povo mudou quando se levantou o novo Templo para Nossa Senhora da Assunção, cuja imagem, ainda hoje é venerada na Matriz. Segundo a tradição, foi a terceira imagem, que sob a invocação de Nossa Senhora da Assunção, chegou ao Brasil trazida de Portugal por Frei Agostinho Santa Maria (a primeira imagem viera em 1551 para Pocinhos, Paraíba e a segunda para Camamu, Bahia). O novo Templo deve ter sido construído antes de 1686, pois neste ano já o visitava o Bispo Dom José de Barros Alarcão. Em 1678, a Paróquia já estava na classe das Paróquias Perpétuas.

A Matriz conservava, numa capela lateral, a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que foi achada numa gruta de pedras, sítio “Focinhos do Cabo”, no lugar chamado “Tabuleiro”, junto ao cabo, pelo pescador Domingos André Ribeiro, no dia 24 de setembro de 1721, quando começou a ser venerada sob o título de Nossa Senhora Aparecida. A imagem media 26 cm e era feita de nogueira. Esta imagem foi roubada da igreja em 23 de setembro de 1984.

Sob a direção da Paróquia, há também um prédio que serviu de “Convento de Franciscanos”, inaugurado a 13 de janeiro de 1676, que teve uma participação muito ativa no desenvolvimento da vida espiritual da paróquia, auxiliando o pároco nos trabalhos pastorais. Chegou a ter 30 frades, dos quais 18 eram sacerdotes; e noviciado de 1707 a 1763. Está sob a invocação de Nossa Senhora dos Anjos.

O último frade residente, Frei Vitorino, morreu no dia 7 de agosto de 1872. Com a sua morte, foi encerrada a vida claustral, ficando o convento abandonado em ruínas e sofrendo muitos danos. Esse prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico, que iniciou sua restauração em 1949.

A Paróquia foi entregue, desde 1937, aos padres franciscanos, por um contrato entre Diocese e a Província do Sul, “ad nutum Santae Sedis”. Esse contrato durou 53 anos e foi cancelado pela Província Franciscana em 18 de março de 1990, voltando a paróquia a ser entregue aos padres diocesanos. A paróquia foi desmembrada em 22 de março de 1958, com a criação da Paróquia do Arraial do Cabo e em 18 de novembro de 1989, com a Paróquia de São Cristóvão, no mesmo município de Cabo Frio.

Atualmente, a Paróquia de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio é servida por sacerdotes diocesanos que são responsáveis pela sua organização pastoral e administrativa.

Mais sobre a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção

(Texto: Elzinha Santa Rosa - Bibliografia: "Dados Históricos de Cabo Frio" - Abel Beranger; "Os retábulos e a história da arte religiosa", Oberlaender e Magaly: in: Finageiv, Belmira (org.). "Carta à cidade de Cabo Frio"; Pesquisas de Meri Damasceno e recortes de revistas e jornais da cidade; “500 anos de História” – Secretaria de Educação – Cabo Frio)

Fundada à província de Cabo Frio, em 13 de novembro de 1615, e determinado o lugar da povoação, “também se designou o da pequena igreja destinada a servir de matriz, que foi dedicada a Santa Helena, cujo orago o povo mudou quando levantou o novo templo, sob a invocação de Nossa Senhora D’ Assumpção, com maior dimensão que a primeira”.

De arquitetura típica do século XVII, estilo jesuítico, com altares barrocos. Essa Matriz é cem vezes mais antiga que as famosas igrejas mineiras, quase um século antes de ciclo do ouro.

Para algumas obras, concorreu a Fazenda real que mandou pagar a importância dos consertos necessários, e outra que determinava pagar a importância de um retábulo de madeira lisa, e pintado à semelhança de pedra, para a Capela Mor.

Em 1818, a Igreja paroquial “era grande e irregular, pouco ornamentada, sem teto, concordando com a pobreza das casas que a cercavam”. (Saint-Hilaire)

Diz à tradição que a primitiva igreja foi erigida no bairro da Passagem, onde era a residência da família terra, antigo “Hospício de S.João Batista”, lugar de hospedagem dos frades viajantes. Hoje, quebrando um pedaço da história local, encontra-se erguido o edifício “Rosalina Ferro”.

A imagem da Padroeira é de escultura de madeira e data da fundação e ereção da Igreja. Foi a terceira, no século XVII, trazida de Portugal para o Brasil e para Cabo Frio, por Frei Agostinho de Santa Maria (Mensageiro da Fé – 1952).

Como Igreja Matriz, foi logo servida de pároco, “encomendado”, até que entrou na classe das paróquias perpétuas, antes do ano de 1678. O último vigário de Cabo Frio foi o Padre José Duarte Nunes, português que muito trabalhou, deixando um grande patrimônio para nossa cidade: o prédio do salão paroquial que ele comprara do clube Tamoio, o terreno onde hoje está construída a grande Matriz Auxiliar de Nossa Senhora da Assunção e o grande terreno onde está construído o Colégio Sagrado Coração de Jesus, da Congregação das Irmãs Franciscanas.

A Matriz foi restaurada pelo artista plástico, professor Adail Bento Costa, no ano de 1960, sendo o Altar Mor, escultura do português Manoel Bessa, entalhe em barroco, cujo trabalho de marcenaria contou com a preciosa ajuda do grande artesão cabo-friense Sr. Titinho Oliveira. Também os altares laterais e o da capela de Nossa Senhora do Rosário são do mesmo estilo e ali colocados na época da reforma.

Existiu ao lado da Matriz um lindo prédio – “Império”, que servia, especialmente para os leilões das festas da Padroeira e do Espírito Santo. Hoje, nesse local, encontra-se a livraria paroquial, construída na época em que o pároco era o Pe. João Luis, no ano de 1997, no mesmo estilo da Matriz, formando com o salão paroquial ao lado, um belo conjunto arquitetônico.

Há no interior da Matriz algumas peças de rara beleza onde se destacam a Pia Batismal, a Urna do Santíssimo e as telas dos Quatro Evangelistas. Algumas imagens do século XVII merecem destaque especial: São Francisco de Assis e Santo Antônio de Pádua, em dois nichos na lateral do altar Mor; São José de Botas e Nossa Senhora do Rosário, na capela lateral esquerda; São Joaquim e o Arcanjo Gabriel, na capela da Virgem Aparecida; Sant’Ana, na lateral direita da nave principal, perto da porta de entrada. Nossa Senhora das Dores, o Senhor dos Passos e o Senhor Morto ficam guardados na Capela do Santíssimo e apenas na Semana Santa são colocados em exposição.

Pia Batismal

Exemplar de grande proporção, executada no século XVII, em mármore de Lioz, dotada de coluna e tampa. Nela, o sacerdote verte a água benta com a concha batismal sobre a cabeça de uma criança ou de um adulto. Existem apenas cinco pias dessa no Brasil.

Urna do Santíssimo

Conjunto de mesa e urna com decoração em talha dourada, do século XIX, tendo a tampa encimada pelo Cordeiro Pascal que repousa o livro dos sete selos. Esse tipo de Sacrário, estilizado, serve para guardar as hóstias consagradas durante a cerimônia de adoração do Santíssimo Sacramento realizada na Quinta-Feira Santa, na semana da Paixão de Cristo. É considerada uma das peças de culto mais significativa das igrejas, principalmente das matrizes. Também denominada Urna dos Pré-Santificados ou Urna do Cordeiro Místico, por sua sugestiva decoração reverenciando a Eucaristia.

Telas dos Quatro Evangelistas

Vê-se nas paredes laterais da nave central, quatro belas telas encontradas no forro antigo da Matriz que foram descobertas na época da restauração, em 1960, com pintura de autor desconhecido.

Altar de Nossa Senhora Aparecida

Numa capela construída dentro da Matriz vamos encontrar um notável altar, de primorosa execução, datado do século XVII, dedicado à Nossa Senhora Aparecida de Cabo Frio. Executado em talha decorada, revestido de dourado, com corpo e coroamento perfeitamente integrados, apresentando arcos concêntricos com elegantes acantos e simbologia bíblica. No coroamento da talha aparecem as armas do Reino Português encimados pela coroa.

Nesse altar, conserva-se hoje, uma réplica da imagem da Santa Virgem sob o título de “Conceição Aparecida de Cabo Frio”, encontrada no lugar chamado “Taboleiro”, numa grota de pedras batida pelo mar, denominada “Galhetas”, no Focinho do Cabo, na localidade do Arraial do Cabo, antes distrito de Cabo Frio, pelo pescador Domingos André Ribeiro. “Imagem feita de nogueira, do comprimento de um palmo e três dedos, desbotada de todas as tintas, e somente com encarnação atada perfeita no rosto e nas mãos, que mostrava ser a Senhora da Conceição, por trazer uma lua sob os pés e as mãos levantadas”.

O pescador levou-a para casa. Chegando, porém, o fato ao conhecimento do Governador da cidade, Tenente Coronel Manuel Alves da Fonseca, aconselhou-se este com o vigário e ficou resolvido transladar a imagem, com toda pompa, para a Igreja Matriz, em procissão, no dia 2 de outubro do mesmo ano, sendo colocada num nicho, ao lado direito do altar-mor. No dia seguinte a Câmara enviou ao rei um auto do aparecimento, pedindo também auxílio para erigir um templo em honra da Virgem Aparecida. Após uma série de inquéritos, o rei D. João V ordenou “que se levantasse capela dentro da Igreja Matriz não despendendo com as obras mais que um conto de réis”.

É o altar ornado com retábulo de talha dourada e docel com nicho onde está colocada a imagem.

Essa imagem foi roubada da Matriz por duas vezes. No dia 20 de março de 1984, os ladrões, conhecedores de arte sacra, entraram na igreja e levaram além das duas imagens de grande valor histórico (Nossa Senhora Aparecida - a segunda de três que vieram de Portugal no século XVII, e a imagem de Nossa Senhora da Conceição, da mesma época), a coroa da padroeira e dois anjos que adornavam a imagem no altar principal, a coroa e o punhal de prata de Nossa Senhora das Dores, a coroa de prata do Senhor dos Passos, três cálices com patenas, dois ostensórios de grande valor histórico, um crucifixo, também do século XVIII, e vários adornos e objetos sacros.

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