Queridos paroquianos, a paz de Jesus!
Estamos na época das festas natalinas e eu quero dirigir a todos vocês uma breve palavra.
Acredito, meus irmãos e irmãs, que todos nós, ao longo deste ano, fomos muito mexidos com os fatos que se sucederam no Brasil e no mundo inteiro. Se não fomos tocados direta e pessoalmente, fomos tocados pela compaixão, que move nosso coração a se compadecer pela dor e pelo sofrimento alheio.
Num primeiro momento, ouvíamos falar dessa pandemia e, parecia-nos algo distante, mas num segundo momento, a pandemia começou a ter nome de pessoas conhecidas.
Naturalmente, muitos de nós passamos a conviver com a dúvida, com a incerteza e com o aperto no coração.
Mas a palavra que eu quero dirigir a vocês é uma palavra de esperança, porque a esperança não decepciona.
A esperança é um dom que nos renova em tempos sombrios e em tempos de desolação. Quando tudo parece perdido, a promessa de Deus nos consola.
Um grande modelo de esperança no Antigo Testamento foi Abraão: era velho, e com esposa estéril ele acreditou na promessa de Deus de que seria Pai de uma grande multidão. E a promessa de Deus não falha, se cumpriu na vida de Abraão.
Outro modelo de Esperança está nos profetas, que em nome de Deus, consolavam os desolados do exílio, dizendo: "Firmai as mãos tremulas e os joelhos vacilantes. Criai ânimo, não tenhas medo, eu sou Vosso Deus!" (IS 35, 3-4).
No Novo Testamento, depois da Cruz e da Morte de Jesus, os discípulos ficaram desolados mas eis que surge a grande notícia: "O Senhor Ressuscitou!" (CF. MT 28,6).
A Ressurreição é o fundamento da esperança cristã: é uma esperança nova, viva, que vem de Deus. Não é meio otimismo, nem um simples encorajamento. Não. É um dom do céu, que não podíamos obter por nós mesmos. A esperança de Jesus coloca no coração humano a certeza de que Deus tudo pode, pois até do túmulo ele faz sair vida.
Portanto, o fundamento de nossa esperança não está em nós, mas em Deus. Foi Ele que cumpriu a promessa feita a Abraão, foi Ele que libertou Israel do exílio; foi Ele que Ressuscitou Jesus para sempre!
Por isso meus irmãos, em meio a tantas incertezas humanas, em meio a noite escura que estamos passando, é Deus que nos ilumina com a sua Luz que é mais forte e mais brilhante que o sol.
Jesus ao se encarnar chega ao extremo de participar do sofrimento humano, mas a palavra final de sua vida terrena, não veio nem na cruz e nem da morte, mas da Ressurreição. Então, mesmo quando tudo parecer tão difícil para você, não desanime e, se por acaso, em meio a dor você se perguntar onde Deus está? Ele está conosco, Ele caminha conosco, Ele sofre conosco. Somente Deus nos ama assim: Até a morte de Cruz! Vamos a Ele, Vamos à fonte de água viva, pois Ele pode nos saciar no deserto da vida.
Queridos paroquianos, deixo a todos um abraço carinhoso cheio de ternura e compaixão, cheio de paz e de amor. Desejo a todos um Feliz e Santo Natal!
Amém!
Por: Padre Marcelo Chelles, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Assunção