A Páscoa, celebração da morte e ressurreição de Jesus Cristo, é para os cristãos a mais importante festa litúrgica. Ela é antecedida pela Quaresma, que prepara as celebrações pascais. Este tempo, que inicia-se sempre na quarta-feira de cinzas, este ano no dia 26 de fevereiro, requer atitudes expressivas de disposição de viver segundo a Páscoa. Neste sentido, o arcebispo do Florianópolis, dom Wilson Tadeu Jönck, afirma que a ocasião é favorável para revisar a vida e corrigir os rumos da caminhada cristã.
Como em outros anos, a Igreja lança a Campanha da Fraternidade que auxilia a viver o espírito da Quaresma. Este ano com o tema “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, a CF 2020 tem por objetivo conscientizar, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como dom e compromisso, que se traduz em relações de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no planeta, Casa Comum.
A CF é inspirada pela parábola do “Bom samaritano”, na qual não se trata tanto de saber quem é o próximo, mas ser o próximo de quem se encontra em necessidade. A partir das atitudes do Bom Samaritano, dom Wilson diz que é possível estabelecer um programa quaresmal com os seguintes passos: 1) Dedicar-se à escuta da Palavra que converte o coração; 2) Ter verdadeira atenção para com o outro; 3) Romper com a indiferença frente ao sofrimento do outro; 4) Ser disponível para o serviço.
Segundo dom Wilson, a Quaresma é um caminho que conduz à vida nova revelada na Páscoa. Este caminho, de acordo com ele, pede jejum, oração e esmola. “O jejum ajuda a esvaziar-se de si e abrir-se ao outro. A oração é aproximação, nova relação, ocasião em que se é tocado pelo amor de Deus. A esmola é partilha de vida, cuidado amoroso; é encontro com o próximo é exercício do compromisso. Para o outro, o próximo é cada um de nós”, revela.
Quaresma, ainda conforme dom Wilson, é tempo de exercitar o olhar. “Olhar é interessar-se pelo outro e pelo mundo em que se vive. É tempo de evitar o olhar que expressa indiferença, ódio, desprezo, tristeza, maldade, mentira”, diz. O arcebispo acredita também ser importante aprender a ter o olhar do Bom Samaritano: olhar com interesse, com alegria, com esperança, com confiança, com compaixão, com perdão e verdade.
Foto de capa: Bruna Bertoldo