Por ocasião do Natal de 2019, o Papa Francisco publicou a Carta Apostólica: "Admirabile signum",

sobre o significado e o valor do Presépio na vida das pessoas. Sua mensagem inspirou muitas famílias a montarem seus presépios pela primeira vez, ou repetir o costume com novo significado.

Francisco começa dizendo que o Presépio, esse “SINAL ADMIRÁVEL”, é muito amado pelo povo cristão, representa o nascimento de Jesus e equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus. E enfatiza que o Presépio é um Evangelho vivo, a nos evangelizar. “Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem”, diz o Papa.

Ao referir-se à origem do Presépio, a Carta explica que o evangelista Lucas limitou-se a dizer: “tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7). Aí está a origem da palavra: manjedoura, em latim, se diz praesepium.

O Presépio que temos hoje teve origem em Gréccio, na Itália, onde São Francisco parou, provavelmente quando vinha de Roma, onde recebera do Papa Honório III, a aprovação da sua Regra, em 29 de novembro de 1223. Aquelas grutas, depois da sua viagem à Terra Santa, faziam-lhe lembrar de modo particular a paisagem de Belém.

No dia 25 de dezembro, chegaram a Gréccio muitos frades, e também homens e mulheres das casas da região, trazendo flores e tochas para iluminar a noite santa. Como na ocasião não havia figuras, o Presépio foi formado e vivido pelas pessoas presentes.

Com a simplicidade daquele sinal, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização. Seu ensinamento penetrou no coração dos cristãos, permanecendo até os nossos dias como uma forma genuína de propor, com simplicidade, a beleza da nossa fé.

“Armar o Presépio em nossas casas ajuda-nos a reviver a história de Belém. Naturalmente os Evangelhos continuam a ser a fonte, que nos permite conhecer e meditar aquele Acontecimento; mas, a sua representação no Presépio ajuda a imaginar as várias cenas, estimula os afetos, convida a sentir-nos envolvidos na história da salvação”, afirma o Papa.
Francisco diz ainda que, no Natal, Deus se faz presente para dar respostas às nossas questões existenciais. Pois foi para isso que Deus Se fez homem: “Sua proximidade traz luz onde há escuridão, e ilumina a quantos atravessam as trevas do sofrimento” (Lc 1,79).

Sua Carta Apostólica fala da grande emoção que se apodera de nós, ao colocarmos no Presépio as figuras de montanhas, riachos, ovelhas e pastores! Isso nos lembra que toda a criação participa na festa da vinda do Messias, conforme anunciou o profeta. O Papa enfatiza que os anjos e a estrela sinalizam que também nós somos chamados à gruta para adorarmos o Senhor.

No Presépio, pobreza e simplicidade nos lembram que Deus Se faz homem para aqueles que mais sentem a necessidade do seu amor. Jesus nasce pobre, leva uma vida simples, para nos ensinar a viver do essencial.


Ao lado de Maria, em atitude de quem protege o Menino e sua mãe, está José, às vezes representado com o bordão na mão, ou segurando um lampião. Com essas figuras centrais forma-se a família de Nazaré.


O Papa resume muito bem o verdadeiro sentido do Natal, dizendo: “O Presépio faz-nos ver, faz-nos tocar este acontecimento único e extraordinário que mudou o curso da história e a partir do qual também se contam os anos, Antes e Depois de Cristo.”

José Expedito da Silva - Jornalista da comunidade Canção Nova

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