O Ano Litúrgico está chegando ao fim e a Igreja já tem às portas um novo começo, o Tempo do Advento.
Este caminho de preparação para o Natal deve ser “mistagógico de encontro com Jesus Cristo, vivo entre nós, que nasceu num ambiente de pobreza, de simplicidade, numa manjedoura”. Esta é a reflexão apresentada pelo arcebispo de Uberaba (MG), dom Paulo Mendes Peixoto, em artigo no portal da CNBB.
Diante da máxima midiática que aponta para o momento de festas, compras e trocas de presentes e encontros, o bispo chama atenção para que os cristãos tenham a clareza de que o Natal é fruto de um caminho preparativo, objetivado nos passos celebrativos do tempo do Advento: “São semanas que antecedem a grande Festa do nascimento de Jesus Cristo. Tempo litúrgico muito rico, porque a Igreja nos propõe textos bíblicos sugestivos, que nos introduzem dentro do verdadeiro espírito e do clima do Natal do Senhor”.
À revista Bote Fé, da editora Edições CNBB, o arcebispo de Londrina (PR), dom Geremias Steinmetz, escreveu que as leituras escolhidas para este período que abre o Ano Litúrgico querem “dar o tom exato para a sua correta compreensão”.
“Os dois primeiros domingos tendem a mostrar a chegada de Cristo juiz aos acontecimentos da vida pessoal de cada homem, bem como à história da humanidade”, escreveu dom Geremias, seguindo lembrando que o Evangelho proclamado no terceiro domingo apresenta o convite de João Batista “a uma corajosa revisão interior em vista de uma progressiva conversão à mensagem de Cristo a fim de estarmos prontos para recebê-lo quando voltar”.
O quarto domingo é tipicamente mariano, segundo dom Geremias: “a atenção dos fiéis concentra-se no mistério daquela que está para gerar o Salvador. Concentra-se na virgem Maria que acolhe o projeto de Deus e gera Cristo”. E continua: “No tempo do advento, tempo mariano por excelência a figura da virgem Maria é particularmente posta em evidência também pela solenidade da Imaculada Conceição. Valorizando os temas das leituras bíblicas, é importante situar essa celebração no específico do caminho do advento e assim contribuir para viver a espera com Maria, ‘advogada de graça e modelo de santidade’”.
Atitudes no tempo de espera
Partindo da proposta bíblica, dom Geremias destaca as atitudes de vigiar e orar. “A figura e a pregação de João proclamam que a atitude a ser tomada é a da conversão”, aponta. “João ainda proclama um convite à alegria que nasce do Espírito. É a primeira vinda de Cristo que se faz advento cotidiano no homem e na Igreja, sempre na perspectiva de um cumprimento, quando virá de novo no final dos tempos. Eis porque o Advento é tempo de esperança”, ensina o arcebispo de Londrina.
Dom Paulo Mendes Peixoto exorta que, apesar do esvaziamento do sentido do Natal, o cristão deve fazer este caminho mistagógico de encontro com Jesus Cristo: “Natal não só de encontro entre as pessoas, mas também com Aquele que é capaz de proporcionar vida plena para os que nele creem”.
Por CNBB