O Papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus,
assim como fizeram vários outros Sumos Pontífices, de maneiras diversas, manifestando-se a favor dessa devoção, que consiste na consagração a ele e na reparação dos ultrajes cometidos contra o Senhor. Nosso saudoso e amado São João Paulo II, em 1980, também nos convocou para uma adesão profunda a essa devoção.
Entre os documentos e escritos eclesiais sobre esse tema, encontramos a Encíclica de Pio XII “Haurietis aquas”, de 15 de maio de 1956. Nela, o Pontífice salienta que é o próprio Jesus quem toma a iniciativa de nos apresentar o Seu Coração como fonte de restauração e de paz: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”” (Mt 11, 28-30).
Precisamos adorar em “espírito e em verdade” (Jo 4, 24). Mesmo na nossa fraqueza, temos que usar a boca, a mente, os sentimentos, os joelhos para adorar Jesus. A cura virá sobre nós! Essa é a maneira do Senhor agir. Essa é a Sua pedagogia. Temos a graça do batismo no Espírito Santo, dos seus dons, Ele ora em nós.
Talvez nossa alma esteja em dores, por causa de problemas e situações que vivemos, por isso, não temos palavras para adorar o Senhor. Mas, o Espírito vem em nosso auxílio. Ele mesmo ora em nós “com gemidos inefáveis” (Rom 8, 26).
Se você se entrega nesse tipo de oração, mesmo em meio a muitas dores e lágrimas, você estará adorando em espírito. Talvez estejamos envolvidos numa grande tentação, num redemoinho que envolve nossos sentimentos, vontade, fantasia, nossa carne e, nesses momentos, não conseguimos rezar. Nesse redemoinho de tentação, a oração em espírito nos salvará do pecado e da tentação que nos rodeia.
Que o Coração de Cristo seja nosso refúgio. Amém!
Texto: Monsenhor Jonas Abib / Foto: João Simas